Câncer de Rim
Diagnóstico
De 6% a 10% dos pacientes apresentam dor no flanco, sangue na urina e massa abdominal palpável. No entanto, a forma mais frequente de diagnóstico são os achados incidentais em exames de rotina como a ultrassonografia do abdômen.
O diagnóstico definitivo da doença é feito por meio da ultra-sonografia e da tomografia computadorizada do abdômen.
A tomografia, além de fazer o diagnóstico da doença, é bastante útil no seu estadiamento (verificação da extensão para outros órgãos) e no planejamento da terapêutica mais adequada.
Os fatores prognósticos mais importantes em câncer de rim, que auxiliam no planejamento terapêutico e no seguimento da doença, são:
Estágio clínico.
Obesidade.
Graduação histológica (grau de Fuhrman).
Tipo histológico.
Estado clínico do paciente (“performance status”).
Para que se possa fazer um adequado planejamento terapêutico, o performance status é fundamental para o tipo de procedimento bem como poderá determinar a resposta ao tratamento. Os demais fatores prognósticos referem-se todos ao volume de tumor existente no momento do diagnóstico e à agressividade que certos tumores exibem.
Tratamento
A cirurgia é o único tratamento curativo definitivo para o câncer de rim. A nefrectomia radical, ou seja, a retirada em bloco do rim com seus revestimentos (fascia de gerota), glândula adrenal (somente em grandes tumores ou no pólo superior do rim) e linfonodos regionais é o tratamento tradicional para os tumores do rim.
No entanto, com a evolução dos meios diagnósticos e os achados cada vez mais precoces de pequenas massas renais, a nefrectomia radical, em boa parte dos casos, não é mais indicada, devendo-se optar pela nefrectomia parcial. Este tipo de tratamento consiste na retirada do tumor com pequena margem de segurança, preservando-se desta forma o restante do parênquima renal.
Os resultados oncológicos da cirurgia parcial são semelhantes ao da nefrectomia radical para casos selecionados de tumores menores que 4 centímetros, menos agressivos, podendo inclusive ser aplicada para tumores maiores desde que em situação anatômica favorável.
A nefrectomia radical e a parcial laparoscópica é um método novo que pode ser aplicado no tratamento do câncer renal oferecendo os mesmos índices de cura da cirurgia aberta. Entre as vantagens está o fato de ser um método menos invasivo, com menor morbidade e menor tempo de internação, além da vantagem estética (pequenos furos ao invés da grande cicatriz da cirurgia aberta).
Vale ainda mencionar os métodos de tratamento para o câncer de rim que levam à destruição tumoral por meio do congelamento (crioterapia) ou do calor (radiofrequência) e os métodos minimamente invasivos a partir da utilização de agulhas, indicados em situações especiais.
Nos pacientes que apresentam doença avançada, com metástases à distância, existem formas de tratamento sistêmico com imunoterapia (interferon ou interleucina) ou com o uso de drogas inibidoras da angiogênese. Esses medicamentos, associados ou não ao tratamento cirúrgico, podem levar ao controle e à regressão da doença.
O tumor de rim responde de forma muito ruim aos tratamentos quimioterápicos e à radioterapia. As únicas modalidades que apresentam respostas objetivas comprovadas são a imunoterapia com interferon ou interleucina com respostas modestas e alta toxicidade. Mais recentemente surgiram as drogas inibidoras da angiogênese, que têm demonstrado índices de resposta muito promissores, sendo a principal opção terapêutica nos pacientes com doença metastática.